História da Ilha da Madeira

História da Ilha da Madeira

História da Ilha da Madeira

História da Ilha da Madeira

As origens da ilha da Madeira remontam ao período Miocénico, há cerca de 5 milhões de anos, quando explosões vulcânicas ocorreram na parte ocidental do Oceano Atlântico. Erupções sucessivas depositaram camadas de lava, cinza e rochas que acabaram por emergir formando uma série de ilhas: a Madeira, a maior e mais povoada; dezenas de quilómetros a nordeste o Porto Santo, a outra ilha habitada; a leste, as pequenas e despovoadas ilhas Desertas; e a 250 km para sul do Funchal as Selvagens, hoje classificadas como reservas naturais.

 
O arquipélago estava desabitado até 1419, quando o navegador português João Gonçalves Zarco aportou à Madeira. No entanto, gregos, romanos, fenícios e árabes já por aqui teriam certamente passado, durante as suas expedições pelo Atlântico Norte.

 
A chegada, em 1419, dos primeiros navios portugueses terá sido fortuita. Navegadores ao serviço do Infante D. Henrique deram com o Porto Santo quando, ao explorarem a costa da Guiné, foram arrastados para noroeste por uma violenta tempestade. A ilha viria, por isso, a ser baptizada como Porto Santo. Com a aprovação do Infante, a frota regressou um ano mais tarde para estudar uma outra forma entrevista à distância, para sudoeste e envolta em brumas, à maneira de um monstro tenebroso. Era a Ilha da Madeira.
 
Vista de perto, as novas terras devem ter aparecido aos seus descobridores como uma visão encantada, um paraíso verdejante a flutuar no meio do Atlântico. Foi imediatamente baptizada “Madeira” por causa da vegetação abundante que a cobria. Os troncos gigantes das árvores da Madeira influenciaram a construção naval portuguesa, permitindo dotar as caravelas de mastros mais altos e elevar os castelos da proa e da ré, o que contribuiu para o sucesso de viagens como a de Vasco da Gama à Índia (1498).

 

Com o intuito de assegurar a colonização, o Infante D. Henrique dividiu administrativamente o arquipélago em três capitanias: Tristão Vaz, um guerreiro de ascendência nobre recebeu a parte leste da Madeira, cujo principal povoado viria a ser Machico; João Gonçalves Zarco que chefiara a primeira expedição e combatera pelo infante em Tânger, ficou responsável pela parte restante, estabelecendo-se no Funchal; do povoamento e governação da ilha do Porto Santo foi incumbido Bartolomeu Perestrelo, um italiano ao serviço da coroa portuguesa. Esta divisão em capitanias manteve-se até à ocupação espanhola de 1580, passando então todo o território a ser administrado por um governador. Esta situação prevaleceria daí em diante, mesmo após a restauração de independência portuguesa em 1640.

 
As plantações de vinha e cana de açúcar foram as bases da produção em todo o arquipélago e rapidamente dominaram a economia da ilha.
Com o prosperar da colonização, o rei D. Manuel I interessou-se pessoalmente pela urbanização do Funchal, tendo mandado construir alguns dos edifícios mais importantes dessa época, nomeadamente a igreja da Sé.
No século XVI os Açores e o Brasil ultrapassaram a Madeira como exportadores de cana de açúcar e a ilha passou a receber menos atenção por parte da coroa. Foram necessários sucessivos ataques de corsários para que os monarcas voltassem a prestar atenção à Madeira. Os habitantes viviam num estado de alerta permanente, sempre à espera de ataques vindos do mar. Tinham por hábito refugiarem-se nos pontos altos da ilha.

 
A partir desta altura, Portugal começou a investir na fortificação do Funchal e do Porto Santo, e passou a ter oficiais superiores a residir permanentemente nas ilhas.
O vinho da Madeira floresceu durante o século XVII, destronando o açúcar como sustentáculo da economia local. Foi a partir desta altura que a presença dos ingleses aumentou na ilha.
Ao longo do século XVIII as rotas comerciais mais importantes continuaram a passar pela Madeira. Frotas inglesas, tanto comerciais como de guerra, aqui aportavam a caminho das Antilhas. E o mesmo sucedia com as viagens de cientistas e exploradores. O Capitão Cook e Charles Darwin passaram por aqui. Em 1815 Napoleão passou na Madeira a caminho do exílio. O navio aportou na baía do Funchal para recolher mantimentos e vinho da Madeira.

 
No século XIX a Rússia tornou-se no principal mercado do vinho da Madeira. Também na história da América do Norte nenhum outro vinho teve tanto prestígio como o “Madeira”, que durante quase 200 anos dominou nos salões, banquetes e recepções.
Durante os séculos XIX e XX, a Madeira tornou-se num dos primeiros destinos turísticos da Europa, sendo muito procurada pela aristocracia europeia da época. Os bons ares da ilha e as suas paisagens eram recomendados pelos médicos aos doentes minados pela tuberculose. Muitos vieram para aqui convalescer, como o escritor Júlio Dinis.
 
Em 1910 Portugal tornou-se uma república, e em 1926 numa ditadura que viria a ser liderada por Salazar durante 36 anos. Durante este período a Madeira chegou a ser militarmente ocupada, na sequência de uma revolta em 1931.
A revolução portuguesa de 1974 trouxe novos tempos para o arquipélago. A Madeira ascendeu ao estatuto político de Região Autónoma.
 
Ao longo do anos a Madeira conseguiu novamente reconverter-se, passando de uma região carenciada, dependente da agricultura, para um dos destinos turísticos mais atraentes da Europa. O turismo tornou-se no motor da economia da ilha, com ênfase na qualidade dos hóteis, eco-turismo e paisagens naturais.