Desenvolvendo-se entre os 300 e os 1300 m de altitude, a laurissilva da Madeira é uma réplica das florestas que cobriam grande parte da Europa até à última glaciação. Classificada pela Unesco como Património Natural da Humanidade, é a maior mata de louros do mundo. Verdadeira floresta encantada e cheia de segredos, apresenta enorme diversidade biológica. Quase todas as plantas e animais que aqui vivem são exclusivos da floresta de louro, caso da ave emblemática da laurissilva, o pombo torcaz. Esta árvore de folhas persistentes chegou a cobrir 60% da ilha. Com a queimadas, a agricultura e o povoamento humano, a área reduziu-se para 20%, o que, apesar de tudo, corresponde a 15000 hectares, a maior dos quais na costa norte.
A temperatura é um fator crucial para o desenvolvimento destas florestas. Crescem melhor em ravinas profundas e húmidas, como o Ribeiro Frio e Ribeira da Janela. Aqui os nevoeiros costeiros são frequentes e os níveis de humidade ultrapassam os 80%. A floresta recebeu o nome da espécie predominante, o louro, mas existem, também, o til, o barbusano, o vinhático ou a faia. Pequenas árvores e arbustos completam o quadro, caso do folhado, do mocano, do pau branco e do sabugueiro da Madeira.
O chão está coberto de tons de verde e vermelho provenientes dos fetos, líquenes e musgos. Estas florestas são vitais para a natureza e a economia da ilha. Ajudam a conservar a água, não só da chuva e do nevoeiro, como a que desce das terras altas. Sem elas, as levadas não assegurariam a irrigação das plantações. Acima do 1300 m, onde a laurissilva já não se adapta, cresce uma vegetação completamente diferente, composta por arbustos pequenos e urzes, muito resistentes ao frio e à precipitação.